O que são investimentos estruturados e o que é a “curva J”?

Os investimentos estruturados geram dúvidas por não se tratar de uma modalidade tão comum de aplicação. Eles são fundamentalmente participações relevantes no capital ou em títulos da dívida de pequenas e médias empresas com bom potencial de crescimento e que, em geral, ainda têm capital fechado, ou seja, não têm ações negociadas na bolsa de valores.

Algumas aplicações podem não apresentar liquidez imediata, pois dependem da maturação do investimento realizado. São exemplos desse segmento os fundos de investimento imobiliário (FII), os fundos de investimento em participações (FIP) e os fundos de investimento multimercados (FIM), cujos regulamentos obedecem à legislação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Sendo, por definição, investimentos de longo prazo, sua principal vantagem é a possibilidade de proporcionar uma rentabilidade superior à dos investimentos tradicionais da classe de renda fixa. Porém, o nível de risco também é mais elevado. Além disso, em alguns desses fundos, como os FIPs, há o fenômeno denominado pelo mercado de “curva J” (veja a figura a seguir), uma vez que o investimento costuma apresentar desempenho negativo em seus primeiros anos, quando está acontecendo a reestruturação das empresas investidas e os investidores são chamados a realizar os seus aportes financeiros, sem obter o retorno imediato. Nos anos seguintes, quando o projeto entra em sua maturidade e as mudanças nas empresas começam a mostrar resultados, o investidor é recompensado com a rentabilidade esperada.

Segundo a legislação (Resolução CMN nº 3.792/2009), os fundos de pensão brasileiros podem alocar, no máximo, 20% de seus recursos nesse segmento de investimentos estruturados. O plano MultiFlex possui pouco menos de 12% de seu patrimônio investidos em seis fundos dessa classe, dentre os quais dois fundos de investimento imobiliário geridos pelo Pátria Investimentos, dois fundos multimercado geridos pela Verde Asset Management e pelo Citibank, e um fundo florestal gerido pelo BTG Pactual em conjunto com o Timberland Investment Group, tradicional gestor norte-americano de investimentos florestais sustentáveis. Até o fim do ano, o MultiFlex deve investir em um sétimo fundo, do subsetor de “private equity”, como uma das formas de proteção de sua rentabilidade frente ao cenário previsto para 2018, de juros menores na classe de renda fixa e de alta volatilidade devido ao momento eleitoral.

Se tiver alguma dúvida sobre esse tema contate a Fundação Promon, fpps@promon.com.br.

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