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Renda fixa: entenda por que ela deve ser a querida de 2022

Turo por conta da alta da taxa Selic, grande balizadora deste tipo de investimento
23/02/2022 12:46 de Ronaldo Araújo | Eu quero investir (https://www.euqueroinvestir.com)

A renda fixa promete ser o grande atrativo de 2022. A razão disso é o recente movimento de alta na taxa Selic, grande balizadora desse tipo de investimento.

Para entender melhor como tudo isso funciona, prossiga na leitura e fique bem informado sobre as perspectivas para o mercado de renda fixa no ano atual.

Como funciona a renda fixa?

A renda fixa é um dos investimentos preferidos dos brasileiros. Independente de qual é o título em questão, a possibilidade de auferir ganhos positivos todos os meses agrada a muitos.

Ainda que o investimento seja feito em um produto ruim, como a poupança, a certeza de ter ganhos parece ser o que mais interessa.

Mesmo existindo várias formas de ganhar mais em outros papéis, o brasileiro permanece na caderneta.

Mas essa realidade não acontece somente por aqui: a renda fixa é o maior mercado do mundo. O grande capital aceita pouco risco, na verdade.

E o que mais chama a atenção é que muitas pessoas ainda não sabem como funciona a tal da renda fixa, mesmo investindo nela.

Sendo assim, é interessante falar sobre o assunto e, nesse sentido, o fato mais impressionante a respeito desse tipo de investimento provavelmente é que a renda fixa não é fixa!

Pois é. É verdade…

Isso acontece porque os investimentos desse mercado são sempre atrelados à taxa básica de juros de um país. Ou seja, o conceito vale para todo o planeta, não adianta ficar com raiva do governo brasileiro.

Dessa forma, as aplicações em renda fixa rendem sempre um percentual dos juros básicos de uma nação. Pode ser 100% dessa taxa, 110%, 150% ou até mesmo o pouquinho que rende a poupança, os 70%.

Esse percentual geralmente costuma ser fixo. No entanto, a taxa de juros sofre variações de acordo com a política econômica que está sendo exercida no momento.

Aqui no Brasil essa taxa chama-se Selic. Se seu valor for de 5% e uma determinada aplicação rende 110% desse valor, o resultado será de 5,5%.

Já se a Selic sobre para 8%, por exemplo, esse mesmo investimento que rende 110% da Selic renderá agora 8,8%.

É por isso que a renda fixa varia. A única certeza é que seu resultado será positivo, mas enquanto será, nunca se sabe.

Quais são os tipos de títulos existentes na renda fixa?

Os títulos de renda fixa podem ser classificados, entre outros pontos, de acordo com seu emissor. Nesse sentido, existem três grandes grupos de papéis representados cada órgão com autorização para emitir os papéis.

Acompanhe.

Governo Federal

O primeiro grande grupo de títulos da renda fixa é representado pelo emissor oficial, ou seja, o Governo Federal.

Ele o faz por meio de sua plataforma chamada Tesouro Direto.

A intenção do governo é captar recursos para financiar sua dívida interna. Por isso esses papéis são chamados de títulos de dívida pública.

A característica mais marcante desses papéis é a segurança, pois o governo enquanto emissor pode imprimir dinheiro para pagar suas dívidas.

Instituições financeiras

O segundo grande grupo é representado pelos bancos. A eles é permitido emitir títulos para captar recursos e emprestá-los a outros.

É isso, inclusive, que caracteriza a atividade bancária, que é remunerada por meio da diferença dos juros tomados e emprestados. A isso se dá o nome de spread bancário.

Entre os papéis dessa categoria está o CDB, LCI, LCA e até mesmo a poupança.

Empresas privadas

Por fim, há o terceiro grande grupo que são os conglomerados privados do país. Grandes empresas que podem emitir títulos de dívidas e captar recursos para financiar a expansão de suas atividades.

Entre os principais tipos de papéis, podemos citar os CRIs, CRAs e as debêntures, com especial destaque para a modalidade “incentivada”, que é isenta do pagamento de imposto de renda.

Conclusão

Conforme vimos, a rentabilidade da renda fixa depende integralmente do valor da taxa Selic fixado pelo Governo Federal.

No caso do Brasil, a fixação da taxa Selic ocorre por meio das reuniões do Comitê de Política Monetária, o Copom. Ele o faz sob as orientações do Banco Central.

Nesse sentido, vale analisar o histórico da taxa ao longo dos últimos anos.

Em 2016, o patamar alcançado foi extremamente alto. Nossa taxa estava fixada em 14,25% ao ano. Falando em termos simples, isso significava uma renda fixa de mais de 1% ao mês.

O proprietário de capital podia aplicar em um fundo de renda fixa de alta performance com retornos de 150% da Selic e auferir mais de 21% ao ano de rendimentos. É muito dinheiro para quem corre pouco risco.

O resultado disso é que, ao invés de abrir uma empresa para remunerar melhor o capital, os grandes detentores de dinheiro preferiam investir em renda fixa.

Como consequência nefasta para a economia, ocorre um aumento considerável do desemprego. É por isso que altas taxas de juros são ruins para um país no final das contas.

Então, como forma de reverter esse cenário, o governo de transição iniciou uma redução na taxa Selic e essa diminuição foi continuada pelo governo eleito em 2018.

O resultado foi a menor taxa de juros básicos de nossa economia de toda a história. Em agosto de 2020, a Selic atingiu o patamar de 2% ao ano.

Agora o capital precisava buscar o risco (e o empreendedorismo) para ser mais bem remunerado.

No entanto, esse cenário durou apenas até março de 2021. Pressionada por uma alta da inflação em decorrência da “pandemia” que atingiu o mundo recentemente, o governo brasileiro iniciou um aumento de sua taxa de juros.

Até que na reunião de dezembro de 2021 o valor foi fixado em 9,25% ao ano. Esse foi o valor que “abriu” 2022 e as projeções indicam que a alta deve continuar.

Por essa razão, a renda fixa voltou a ser atraente e promete continuar sendo sedutora por todo o ano atual.

 

Link de acesso à matéria: https://www.euqueroinvestir.com/renda-fixa-porque-este-investimento-pode-ser-a-queridinha-de-2022/