Investir é diferente de poupar

“Estou juntando dinheiro para viajar”. “Estou poupando para investir no futuro dos meus filhos”. “Comprar a casa própria é um bom investimento”. “Vou guardar dinheiro para estudar fora”. Essas expressões devem ser familiares para você, mas escondem alguns erros conceituais. Muita gente acha que está investindo, quando, na realidade, está poupando.

Poupar é guardar dinheiro para usar no futuro, comprar alguma coisa com ele. A poupança pressupõe que você vai usar todo o dinheiro aplicado – não só os rendimentos, mas também o principal.

Investir é juntar dinheiro, para que este gere rendimentos e aí sim, usar os lucros mais para frente. O objetivo é formar um patrimônio que gere um rendimento, que caia na sua conta periodicamente, e que você só use esses frutos, nunca o principal.

Assim, ao juntar dinheiro para fazer um curso no exterior ou uma viagem, para pagar a faculdade, comprar um carro, casar ou dar entrada em um imóvel, você está poupando. Você guarda dinheiro por certo período e depois usa todo o recurso aplicado para custear seu objetivo. O rendimento proporcionado pelos juros ajuda a chegar ao objetivo mais rápido.

Já o investimento tem o objetivo de gerar uma renda no futuro. E esta renda, por sua vez, também tem um objetivo. É o caso da aposentadoria ou de quem quer atingir a independência financeira antes mesmo de chegar à idade de se aposentar. É preciso ter as metas claras e buscar os produtos financeiros adequados para poupar e investir.

É importante que você conheça as três características dos investimentos:

  • Liquidez: refere-se à capacidade de um investimento ser transformado em dinheiro, a qualquer momento e por um preço justo. Por exemplo, o ativo mais líquido que existe é o próprio dinheiro. Fundos de aplicação em renda fixa e caderneta de poupança, com resgate imediato, são considerados produtos com alta liquidez. Já os imóveis, por exemplo, podem levar muito tempo para serem vendidos, sendo considerados investimentos de baixa liquidez.
  • Risco: é a probabilidade de ocorrência de perdas. Quanto maior o risco, maior a probabilidade de o investidor incorrer em perdas. Dependendo do investimento, podemos ganhar ou perder pequenos ou grandes valores. Exemplos de investimentos de menor risco são a caderneta de poupança e os títulos do tesouro, enquanto as ações são consideradas investimentos de maior risco.
  • Rentabilidade: é o retorno, a remuneração do investimento. Quando fazemos um investimento, temos uma expectativa de rentabilidade que pode se concretizar ou não. Em geral, quanto maior a rentabilidade prometida, maior o risco de perder a quantia aplicada. Em outras palavras, o que ganhamos em segurança, perdemos em rentabilidade e vice-versa.


Escolha seus investimentos com critério, para que sua escolha seja a mais adequada para você. Identifique a liquidez, risco e rentabilidade de cada investimento e lembre-se de que você nunca terá as três características positivas ao mesmo tempo.

Também é importante ter em mente que as pessoas são diferentes entre si. Podem ser classificadas em diferentes perfis, de acordo com a disposição para aceitar riscos, a preferência por liquidez e expectativa de rentabilidade. Uma forma usual de classificação dos investidores é a seguinte:

  • Conservador: privilegia a segurança e faz todo o possível para diminuir o risco de perdas, aceitando, inclusive, receber uma rentabilidade menor.
  • Moderado: procura um equilíbrio entre segurança e rentabilidade e está disposto a correr certo risco para que o seu dinheiro renda um pouco mais do que as aplicações mais seguras.
  • Arrojado: privilegia a rentabilidade e é capaz de correr maiores riscos para que seu investimento renda o máximo possível.

Não há um perfil “correto”, que sirva para todos. A definição de seu perfil depende de suas características pessoais e momento de vida, e é fundamental o seu entendimento para que seus investimentos sejam realizados de forma consciente e sejam compatíveis com seus objetivos. Essa informação deve, ainda, ser utilizada como orientação e não como verdade absoluta.

Agora, assista aos vídeos abaixo e veja algumas dicas sobre como parar de adiar os planos para começar a construir um patrimônio para o futuro, e como ter disciplina e planejamento para tornar possível investir com perseverança. Aproveite também e veja como é importante você planejar seus investimentos para que possa garantir seus objetivos de longo prazo, tais como uma aposentadoria com tranquilidade financeira.

Fonte: Exame.com - Samy Dana | O QUE FAZER PARA NÃO ADIAR MAIS MEUS PLANOS DE INVESTIMENTO?